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Malet era um espírito de origem malaia que trabalhava na linha de Ogum e era responsável pelas sessões de descarga da tenda Nossa Senhora da Piedade, realizando as limpezas fluídicas nas vésperas das sessões onde o Caboclo das Sete Encruzilhadas vinha explanar a sua doutrina.

 

Em sua última encarnação, essa entidade foi um príncipe seguidor do islamismo, trazendo-o e ensinando-o na África, Indonésia e, por fim, na sua terra natal, a Malásia.

Foi a entidade responsável pela oferenda de alimentos para os orixás com animais, segundo a neta de Zélio de Moraes, Lygia Cunha disse que o ritual para elaboração da comida de Ogum, trazida por Malet era feita com um porco castrado para feitura de um sarapatel, onde as sobras do alimento seriam utilizadas como comida pelas outras pessoas, daí não se considerar tal ritual como sacrifício.

 

Em seu livro, Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda, Leal de Souza, um dos fieis seguidores de Zélio destaca um episódio em que às margens do Rio Macacú, foi levado dois pombos brancos, que colocou-os o Orixá, como se os prendesse, sobre um ponto traçado na areia, onde eles quedaram quietos, e começou a operar com fluídos elétricos, para fazer chover.

 

Em meio à tarefa disse: - Os pombos não resistem a este trabalho. Vamos passá-los para a outra margem do rio. Pegou-os, encostou-os as fontes do médium, e alçando-os depois, soltou-os. Os dois pássaros, num vôo alvacento, transpuseram a caudal, e fecharam as asas na mesma arvore, ficando lado a lado, no mesmo galho. 

 

Passada a chuva que provocara, disse:- Vamos buscar os pombos. Chegando a orla do rio, o Orixá com as mãos levantadas, bateu palmas, e os dois pombos recruzando as águas, voltaram ao ponto traçado na areia.

 

A entidade foi a terceira a incorporar em Zélio de Moraes e como dispendia muita energia por parte do médium foi a primeira a parar de incorporar.

Orixá Malet, um personagem da Umbanda no Brasil

Por Diamantino Fernandes Trindade (Livro História da Umbanda no Brasil)

© 2016 por Flávio Moraes

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